Distrito Federal

PCDF deflagra Operação Navio Fantasma

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Na segunda-feira (2), a Polícia Civil do DF, por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais – DRF/Corpatri, encerrou a Operação Navio Fantasma e indiciou oito investigados nos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e estelionato.

Segundo as investigações, todos integravam uma organização criminosa interestadual, atuante há pelo menos dois anos e voltada à destruição de veículos e embarcações para recebimento de indenização de seguro. Entre os investigados está um cirurgião plástico de Goiânia/GO e cinco empresários de Brasília/DF.

A PCDF pediu à Justiça a prisão preventiva dos investigados, visando à desarticulação do grupo, tendo o parecer do MPDFT sido favorável às prisões. Todavia, a Segunda Vara Criminal de Brasília entendeu pela desnecessidade das medidas.
Todos os oito investigados foram denunciados pelo MPDFT pelos crimes de associação criminosa e estelionato e já figuram como réus em ação penal. Segundo as apurações, nos últimos dois anos, o grupo investigado forjou cinco acidentes automobilísticos para recebimento do valor do seguro. No total, foram destruídos dez veículos, dois em cada acidente. Entre os veículos destruídos estão três BMW´s, uma Porsche e um Chrysler.

A logística do grupo é simples: são adquiridos veículos importados de difícil comercialização; são contratados seguros novos, com valor de indenização correspondente à Tabela Fipe; ocorre a colisão proposital dos veículos, que sofrem perda total; o condutor que contratou o seguro assume a culpa pela colisão, para viabilizar o pagamento dos danos do outro veículo envolvido no acidente, cujo condutor também integra o grupo criminoso; opera-se o recebimento dos valores do seguro, baseados na Tabela Fipe, que são superiores aos valores de aquisição dos veículos.

Os acidentes forjados ocorreram no Setor de Clubes Esportivos Sul – SCES e na rodovia DF-140, proximidades do Complexo da Papuda, sempre na madrugada. Em todos os acidentes houve choque proposital da coluna central, dano estrutural que conduz necessariamente à perda total do veículo.

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Para dificultar a investigação, os registros dos acidentes eram feitos na Delegacia Eletrônica e os criminosos se revezavam na condição de condutor, segurado (contratante), terceiro envolvido e recebedor da indenização. Com o mesmo objetivo, o grupo criminoso também criou cinco empresas de fachada, em nome das quais eram registrados os veículos.

Especializado na simulação de acidentes automobilísticos, o grupo inovou em 2019 e incendiou uma embarcação de 50 pés, obtendo vantagem indevida de R$ 750 mil. A embarcação foi incendiada no dia 11 de dezembro de 2019, por volta das 20h, às margens do Lago Corumbá, em Caldas Novas/GO.

No dia 28 de setembro do ano passado, a DRF/Corpatri deflagrou a primeira etapa da operação e cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na residência e empresas das pessoas que integravam a organização criminosa.

As investigações continuaram e levaram os investigadores até a oficina de um clube localizado Setor de Clubes Esportivos Sul – SCES de Brasília/DF, onde estavam os motores e as rabetas da lancha incendiada. Os motores e rabetas da lancha foram apreendidos e periciados. Também foi periciado o casco da lancha queimada, que foi localizado em Caldas Novas/GO.

A perícia realizada no casco da lancha de 50 pés pelo Instituto de Criminalística – IC/PCDF concluiu que as chamas da embarcação começaram acima da linha d´água, isto é, na parte superior do barco, diferentemente do alegado pelo cirurgião plástico, que sustentou que o fogo foi decorrente de um curto circuito no compartimento do motor.

A continuidade das investigações também apontou que outra lancha, de 29 pés, foi incendiada pelo grupo criminoso, na cidade de Abadiânia/GO, em 27/02/2019. Após o sinistro simulado, os criminosos receberam R$ 200 mil, a título de indenização. Conforme apurado, o motor da segunda lancha incendiada foi retirado e colocado em outra lancha, que foi apreendida pela PCDF.

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Após a descoberta das fraudes envolvendo as lanchas, várias empresas de seguros desistiram do mercado náutico de Brasília, muito embora a capital federal detenha a quarta maior frota de embarcações do país. Também se apurou que o grupo criminoso comercializou, em desacordo com a lei, pelo menos dez fuzis 5.56, ainda não localizados.

Desde o início, a investigação contou com o apoio das empresas seguradoras, da CNseg e da Marinha do Brasil.

Assessoria de Comunicação/DGPC
PCDF, a nossa missão é investigar

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